O que é Pranayama?

  • Pranayama deriva de duas palavras sânscritas: “Prana”, que significa força fundamental da vida, e “yama”, que significa controle, restrição ou canal. Yama é também o Deus da Morte e noKatha-Upanishad é o iniciador de um jovem aspirante espiritual. Isto é importante porque nos mostra que enfrentar nossa mortalidade é o começo da trilha espiritual. Também é importante notar que a vida começa com a primeira inalação e termina com a última.
  • Pranayama é, portanto, a canalização da força da vida. A tradição do Yoga afirma que temos um número limitado de respirações em cada vida. Conforme prolongamos a respiração, também prolongamos nosso tempo de vida. Há, na verdade, uma relação fisiológica entre o número de respirações e o tempo de vida. Os animais que vivem mais, como as tartarugas, os elefantes e as baleias, respiram muito poucas vezes por minuto, em media de 2 a 6 vezes. Os mamíferos com mais respirações por minuto, em média 30 a 40 vezes, como cachorros e coelhos, têm um tempo de vida relativamente curto em relação ao dos humanos, que respiram, em média, de 12 a 14 vezes por minuto.
  • O Pranayama também pode ser visto como a combinação de “pran”, a força da vida, com “ayama”, que significa expansão. Nesta acepção, Pranayama expande a força da vida por todos os níveis de nosso ser: físico, psicoemocional e espiritual.
  • O Hatha Yoga Pradipika descreve a utilidade do Pranayama da seguinte maneira:

“Quando a respiração é irregular, a mente oscila; quando a respiração é constante, a mente também é estável. Para adquirir estabilidade, o yogue deve controlar sua respiração. Enquanto há respiração no corpo, há vida. Quando a respiração se vai, a vida também se vai, portanto, o controle da respiração prolonga a vida”.

  • A energia é levada para todo o corpo através de setenta e dois mil nadis. Estes nadis são os canais sutis através dos quais o Prana circula. Mais propriamente do que aspectos da fisiologia humana, eles são as correntes de energia que sustentam o funcionamento desta fisiologia. Diz- se que nenhuma célula no corpo pode ficar a uma distância acima de 5 milímetros do suprimento de sangue. Em termos de Prana, os próprios nadis circulam através de todas as células do corpo e não há possibilidade de vida sem Prana. Por este motivo, bloqueios nos canais de energia estão relacionados ao aparecimento de doenças.
  • Dos vários nadis no corpo, três são mais importantes. Estes são chamados de Ida, Pingala e Sushumna. Ida representa o lado lunar, ou feminino, da criação. Pingala representa os aspectos masculinos, ou positivos, da criação. Sushumna é um canal central, por onde a energia circula, quando todas as forças opostas dentro do corpo/mente estão em estado de equilíbrio.
  • O Pranayama é uma ponte entre a consciência e a inconsciência e serve para integrar corpo, mente e Espírito. O diafragma, principal músculo da respiração, simboliza isto. Os músculos do corpo são, de maneira geral, de dois tipos: músculos esqueléticos, que são estriados e se contraem sob controle voluntário, e os músculos lisos, que formam os órgãos internos e são considerados involuntários (do ponto de vista do Yoga, grande parte de nossa fisiologia interna pode ser controlada conscientemente). O diafragma é semi-estriado (o que significa que é tanto um músculo voluntário, quanto involuntário), fazendo um elo de ligação, portanto, entre o funcionamento consciente e inconsciente do corpo.
  • Um objetivo básico do Yoga é fazer com que o que é inconsciente se torne consciente. O Pranayama traz a respiração e o Prana ao consciente.
  • Para a compreensão de como funciona o Pranayama, é importante que se considere o corpo humano como um veículo de energia. Através do Pranayama, esta energia é armazenada, expandida, diminuída ou supercarregada por meio de diversos padrões de respiração. O trabalho com o corpo como um sistema de energia tem efeito sobre todos os sistemas físicos e também sobre os centros de energia sutis, ou chakras. O Pranayama pode aumentar, diminuir ou equilibrar o fluxo de energia dentro destes centros.
  • O controle do fluxo de energia dentro dos chakras está diretamente relacionado com o processo de transformação. Começamos por infundir, ou proporcionar aos chakras todo o seu potencial de Prana. Esta energia é então direcionada para cima, em direção ao chakra do topo da cabeça. Cada um dos chakras representa um nível do desenvolvimento humano. O Pranayama como um veículo de expansão de nosso potencial de evolução
  • As bandhas, ou contrações, são maneiras de vedar o local onde esta transformação ocorre.

Mulabandha, a contração da base, é o fundo do “vaso de barro” que é o corpo. Jalandharabandha, a contração da garganta, é a tampa do “pote” e Uddiyana bandha controla o volume de ar dentro do pote.

0 respostas

Deixe uma resposta

Want to join the discussion?
Feel free to contribute!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *